quarta-feira, 21 de abril de 2010

Nas nuvens ...


No mundo das impossibilidades, das limitações, do finito, do real, encontramos um espaço só nosso onde tudo se torna possível.

Neste mundo dos sonhos os nossos mais profundos desejos dão asas à sua liberdade, tornam-se tão concretos como as coisas palpáveis do dia-a-dia, e envolvem-nos de tal forma que quando acordamos nem queremos acreditar que tudo não passou de um sonho.

Nem sempre conseguimos sonhar com aquilo que mais queremos, por vezes somos consumidos por pesadelos que nos amedrontam e nos alertam para os medos que diariamente tentamos ignorar. Mas esses são os sonhos inconscientes que não conseguimos evitar. Já quando sonhamos acordados tudo é diferente. Podemos controlar o rumo da imaginação, podemos mudar os acontecimentos a qualquer momento, deixamo-nos levar para longe de tudo, para um lugar onde o querer é poder. E é aí onde o centro do mundo somos nós. Uma junção de toda a nossa vontade e de todos os nossos desejos que formam um conjunto de imagens mentais, que serão os objectivos que pretendemos atingir, mas ao mesmo tempo um sonho distante de alcançar.

Cada vez que fecho os olhos consigo abstrair-me de tudo aquilo que me rodeia. Desligo todos os sentidos: o tacto, o olfacto, a visão, o paladar, audição. Deixo de tentar comunicar com o mundo e procuro encontrar-me comigo mesma, e é quando me sinto em plena harmonia que consigo pensar sem dor. Trago à mente memórias que no meus estado normal me perturbariam mas, enquanto estado de espírito, sem corpo, coração ou sentidos, não me afectam, pois nesse momento sou unicamente um ser racional sem qualquer tipo de sentimentos.

Por enquanto só me resta viver com estes pensamentos que, de forma alguma, vão atenuando a imensa vontade de ser algo diferente que com o tempo me vai consumindo os dias e atormentando as noites e roubando a pequena quantidade de alegria que me resta.

Sara Santos.

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